sábado, 2 de março de 2013

Grey's




“Respire, Dr.ª Yang. não seja insensível. Você está se escondendo.
Não procure por amigos aqui, não vai encontrar.
Nenhuma dessas pessoas consegue entender você. Nunca entenderão.
Se tiver sorte, um dia, quando estiver velha e enrugada como eu, você vai encontrar um médico jovem que só se importa com a medicina e vai treiná-lo como treinei você.
Até lá, leia um bom livro.
Você nasceu para ser grandiosa, Yang. Não me decepcione.”

- Dr. Thomas

[da série Grey's Anatomy]

sexta-feira, 1 de março de 2013

A saudade da moça



Pelo vidro da janela, lentamente coberto pela chuva, a moça fita. Olha e analisa. Pensa que só.

Não é ócio, nem é vício. Não é doença, nem é desgosto. Vai ver é só saudade.

E se é saudade, é de quê? É de quem, moça?

De nada, de ninguém não. É uma saudade da vida, doída. Saudade do viço, das esperanças na ponta da língua, dos sonhos saltando dos olhos, da vontade de tudo que não podia esperar.

Tem saudade pior que essa não. Saudade que a gente sente da gente, do que fomos um dia, em algum ponto desse longo caminho.

Essa saudade deixa a moça lenta. Ela lembra de quando corria, de como aquela coisa boa (aquela, daquele dia!) passou rápido, que na hora nem sentiu o tanto que podia, o tanto que deveria. Mas era bom, era vida.

A moça na janela fita. Olha e analisa. Pensa que só. Suspira e só.

A pressa está lá fora. A moça só olha. Espera é tudo o que há.